... QUEM PLANTA COLHE..
O perdão torna-se um elemento fundamental para que o relacionamento continue. Contudo, a dor da traição pode ser um grande empecilho para que isto aconteça. O traidor deve pacientemente reafirmar sua companheira, ou seu companheiro, de que quer permanecer no relacionamento e uma disposição em mudar de atitude. Isto leva tempo e sacrifício de ambas as partes.
Como a infidelidade acontece geralmente pela monotonia instalada no relacionamento ou no desgaste amoroso, cabe aproveitar a crise como oportunidade de mudanças. Os casais não devem esquecer que o amor é uma construção diária, e que o relacionamento precisa ser alimentado todos os dias pelo diálogo, compreensão, renúncia, perdão, e a vontade de satisfazer os desejos e prazer um do outro.
Por: por Alberto Lima*
Um parceiro amoroso sabe quando o outro não está presente e isso independe de tê-lo fisicamente ao seu lado. O que ele percebe é uma paradoxal forma de ausência: o corpo comparece; a alma, não. A partir dessa constatação é comum que se repita uma sequência de fatos que desemboca em muito sofrimento e em uma terrível quebra da confiança em si mesmo.
É praticamente impossível precaver-se de uma situação como essa, mas aqueles que se conhecem bem podem minimizar os seus efeitos.
Em geral, num primeiro momento, aquele que se sente abandonado teme explicitar a situação porque acha que isso pode levar embora de vez o ser amado.
Com o passar do tempo, a certeza de que a qualidade do contato se esvai faz com que ele resolva se abrir. Seu pedido oculto é:
"Diga-me que você não foi embora! Prove que meus olhos falham e que meu coração se engana".
O abandonado é o primeiro a revelar a situação porque sabe que o poder está nas mãos do abandonador, do qual se sente refém.
A esperança de ser capaz de sair do tenebroso cativeiro é que o leva a jogar luz sobre o que se passa. Ao medo de perder seu amor se sobrepõe o medo de sucumbir à exclusão, essa espécie de "morte". O abandonador, por sua vez, sabe que tem as rédeas.
Acusado de abandono, nega. Como pode ser ausente alguém que, afinal, "está lá"? Ele também se sente dividido, mas procura preservar a história "oficial".
O abandonado silencia por um período. Mas o tempo o castiga com a renovação de seus temores e ele insiste em chamar o parceiro ao contato.
A negação persiste, não raro acompanhada de requintes como a inversão da situação e tentativas de minar a autoconfiança do parceiro. Este, então, vai buscar outras maneiras de aferir suas intuições: invade a caixa postal do celular e os e-mails do parceiro, faz vistoria na carteira e no extrato do cartão de crédito. Por fim, como se pode prever, identifica onde e com quem se encontra a alma dele. Sente-se mal por ter atravessado barreiras éticas, mas justifica seus atos como tentativas de salvaguardar o senso de saúde e integridade.
Pensa assim:
"Se ele não é ético comigo, então que se detone a ética entre nós e se instale a perversão; ao poder do sonegador, responderá o 'legítimo' poder do aviltado". O próximo passo consiste em o abandonado submeter o abandonador às evidências da traição.
É possível que tente humilhá-lo para causar nele a mesma dor de que foi vítima. Porém, a pessoas assim, esquivas, a humilhação não faz nem cócegas.
O feitiço, então, acaba por voltar-se contra o feiticeiro: o abandonado se sente responsável pela traição e se tortura por isso.
O abandonador sai ileso e ele, aos frangalhos. O caráter "nelsonrodrigueano" desse drama revela o quanto as pessoas envolvidas são marionetes nas mãos de seus próprios inconscientes.
autoconhecimento é o único antídoto capaz de proteger os envolvidos numa história assim. Permitirá àquele que trai que assuma seus atos e tenha coragem de encarar - e propor -
o fim do relacionamento, e à vítima da traição que não se sinta culpada pelo próprio sofrimento e que preserve a confiança em si mesma.
O conhecimento do outro, principalmente em seus aspectos ocultos e sombrios, também é importante. Ainda que doa, a decepção traz como benefício o descortinar dessas facetas.
QUEM TEM SEDE DE JUSTIÇA, SACIAR-SE-A
DA JUSTIÇA DE DEUS
CREIO...
SE FOSSE VOCÊ O QUE VOCÊ FARIA?
PÓLLY ANGEL